

CAAVC
1964

FISIOTERAPIA
O QUE FAZ?
Fisioterapia
"É uma ciência da saúde que estuda, previne e trata os distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações genéticas, por traumas e por doenças adquiridas, na atenção básica, média complexidade e alta complexidade. Fundamenta suas ações em mecanismos terapêuticos próprios, sistematizados pelos estudos da biologia, das ciências morfológicas, das ciências fisiológicas, das patologias, da bioquímica, da biofísica, da biomecânica, da cinesia, da sinergia funcional, e da cinesia patológica de órgãos e sistemas do corpo humano e as disciplinas comportamentais e sociais."
Fisioterapeuta
"É um profissional de Saúde, com formação acadêmica Superior, habilitado à construção do diagnóstico dos distúrbios cinéticos funcionais (Diagnóstico Fisioterapêutico), a prescrição das condutas fisioterapêuticas, a sua ordenação e indução no paciente bem como, o acompanhamento da evolução do quadro clínico funcional e as condições para alta do serviço.”
Possui atividade de saúde regulamentada pelo Decreto-Lei 938/69, Lei 6.316/75, Resoluções do COFFITO, Decreto 9.640/84, Lei 8.856/94.
Áreas de atuação
- Fisioterapia Clínica (ex.: ambulatórios, consultórios , centros de reabilitação, hospitais e clínicas)
- Saúde Coletiva (ex.: ações básicas de saúde , fisioterapia do trabalho, programas institucionais, vigilância sanitaria)
- Educação (ex.: direção e coordenação de cursos , docência - níveis: secundário e superior, extensão , pesquisa, supervisão técnica e administrativa)
- Outras (ex.: Esporte e Indústria de equipamentos de uso fisioterapêutico).
Textos retirados de: http://www.coffito.org.br/site/index.php/fisioterapia/definicao.html
HISTÓRIA
O início das atividades de fisioterapia está ligada à fundação do Departamento de Eletricidade Médica em 1919 pelo professor Raphael de Barros na antiga Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo. Essa faculdade foi criada em 1912 e mantida pelo poder público. Após a “Reforma Pedro Dias da Silva”, alterou-se o modelo acadêmico, estrutura curricular, extensão, profundidade e foi nomeada como Faculdade de Medicina de São Paulo.
A partir de sua criação, o ensino era administrado nas dependências do Hospital Central da Santa Casa de Misericórdia até 1944, quando houve a inauguração do Hospital das Clínicas junto a Faculdade de Medicina. Posteriormente, ele se tornaria o maior complexo hospitalar da América Latina.
Em 1951, no sétimo andar do Instituto Central foi instalado o primeiro Curso de Fisioterapia no Brasil de nível técnico com duração de um ano. Eram os docentes da Faculdade de Medicina e membros do corpo clínico do Hospital que ministravam as aulas.
As associações de classe que proporcionariam a integração dos profissionais de fisioterapia na época foram: a Associação Paulista de Fisioterapia fundada em 1956 e a Associação Brasileira de Fisioterapeutas fundada em 1958 e reconhecida pela Organização Mundial de Fisioterapia,WCPT.
Neste mesmo período, iniciou-se uma busca internacional sobre a necessidade de garantir melhores condições aos fisicamente incapacitados. Foi em 1955, após uma avaliação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que o Hospital das Clínicas foi eleito o local mais adequado na América Latina para a instalação do Centro de Reabilitação. Um ano depois, o governo do Estado de São Paulo disponibilizou verbas para a instalação do Instituto Nacional de Reabilitação (INAR), localizado no prédio da Clínica Ortopédica e Traumatológica do HC-FMUSP.
Pela magnitude das atividades desenvolvidas no Hospital das Clínicas e com o estreitamento dos vínculos entre a instituição de ensino e os organismos internacionais, em 1958 foi criado o Instituto Nacional de Reabilitação anexo à Cadeira de Ortopedia e Traumatologia, em convênio com a OMS, da organização Panamericana de Saúde (OPAS) e o World Confederation for Physical Therapy. Então o Instituto poderia ter o primeiro Curso de Fisioterapia com padrão internacional mínimo e duração de dois anos. Ainda no mesmo ano, o INAR passou a se denominar Instituto de Reabilitação (IR), ainda vinculado à Cadeira de Ortopedia e Traumatologia (FMUSP).
O IR encarregou-se do atendimento de portadores de incapacidades físicas por meio de programas integrais de reabilitação, desenvolveu programas específicos visando a reinserção dos reabilitados na comunidade e organização de cursos regulares para formar profissionais nos diferentes campos da reabilitação. Assim foram criados os cursos técnicos de Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Órteses e Próteses e Locomoção de Cegos além do desenvolvimento de Cursos de Aperfeiçoamento em Reabilitação para Médicos.
Assim, com a valorização da formação e qualificação técnica pela ONU e seus colaboradores, os cursos inicialmente propostos por essa grande parceria, puderam amadurecer de forma acadêmica, quanto institucional. Foi então que, no dia 7 de abril de 1967, os cursos de Fisioterapia, Terapia Ocupacional do Instituto de Reabilitação do Hospital das Clínicas foram oficialmente regulamentados.
O curso de graduação em Fisioterapia da FMUSP permaneceu com duração de três anos, conforme a regulamentação do Conselho Federal de Educação, porém foi ano de 1980 que sua grade curricular foi alterada e a duração passou a ser de quatro anos. Em 1982, foi aprovado o Currículo Mínimo em que o curso de Fisioterapia deveria ter 3.240 horas cumpridas em no mínimo quatro anos. Apesar da duração média do curso ainda girar em torno de 4 anos, algumas faculdades, como a Universidade de São Paulo, ampliaram sua grade horária, aumentando em 1 ano o tempo para formação nesse curso de graduação.
Atualmente a fisioterapia tem ampliado muito a sua atuação. O mercado de trabalho se encontra um pouco saturado nas áreas mais tradicionais como neurológica, respiratória e ortopédica. Porém, com a busca pela prevenção e promoção de saúde, diversas áreas novas como a fisioterapia esportiva, do trabalho e estética, têm crescido de forma significativa e ganhado espaço muito importante em nossa sociedade.
Fonte:
1. TRIGO-DE-SOUZA, L. M.; ANDRADE, C. R. F. A.; TANAKA, C.; MOTA, A.; MARINHO, M. G. S. M. C. FOFITO: 50 anos de pioneirismo e lutas. 1. ed. São Paulo: Fundação Faculdade de Medicina, 2008.